Procurar pode, achar é outra história...

quinta-feira, 26 de maio de 2016

Escrever no século XXI uma aventura obscura

Artista desconhecido, se alguém conhecer fala para mim nos comentários
para dar os devidos créditos (imagem pega no google). 
A tolerância moderna é, na verdade, uma tirania. É uma tirania, por que é um silêncio. - G. K. Chesterton

Escrever no século XXI uma aventura obscura

 Escrever no século XXI é uma aventura, uma aventura obscura, onde todos querem escrever pelo escritor, menos deixar-lo pensar e ter seu momento de reflexão, pois seu censor não é o governo, mas seu amigo, seu colega abnegado, preocupado com o BEM ESTAR, hoje governos não precisam de censores para barrar a sua língua, os seus colegas já fazem isso de graça, veja quanta coisa um escritor tem de se preocupar para escrever algo que seja tudo, menos verdadeiro e sincero da parte do escritor.
         - O escritor moderno tem de se preocupar com quantas falas uma mulher tem de ter. Se a personagem mulher tem mais importância que o homem. Tem que contar, quantificar, não mostrar naturalmente como certos personagens são importantes e por quê.
         - tem que se preocupar se tem personagens homossexuais, negros e agora os censores modernos estão quase chegando ao ponto de exigir cota para personagem gordo.
        - Tem que tomar cuidado com como representa essas "frágeis pessoas" (em aspas, pois não as vejo como frágeis as vejo como pessoas fortes, corajosas que enfrentam dificuldades assim como todos), na sua história, para não ofender, tem que tomar cuidado se o gay sai caricato de mais, ou caricato de menos, tem que tomar cuidado se o negro é o bandido ou pensar no paradoxo, será que vão falar que não coloquei ele como x coisa por que estava preocupado se ofendo.
       - Não pode passar seus valores, tem que ser uma ameba que transmite apenas o valores "seculares".
       - Tem de ver o que critica ou deixa de criticar.
       - Tem de ser palanque político.
       - Vê-se tem embasamento social (como se isso não fosse uma consequência natural, afinal é um texto escrito por um humano que vai com sua carga para ele e é justamente ai que está a graça e faz com que conhecemos o outro).
       Tem de se preocupar com o mundo, para fugir dos censores modernos, dos processos, menos em dizer a exata coisa que vê, os censores modernos até te dão a lista de quem você pode ofender com verdade ou não, não importa há agora uma outra mão invisível, a mão que controla a mão e a cabeça do escritor que fica totalmente acuado entre dizer o que pensa, sente e vê, e dizer o que querem que diga para agradar o mundo de cristal do século XXI.
       E ainda assim há aqueles que reclamam de falsidade, como viver em um mundo de cristal onde a única opção para quase tudo é a falsidade? Críticas falseadas para se parecer inteligente, abraços falseados para não perder contatos profissionais, extrema vitimização para ter os 10% garantido, uma vaga especial, um privilegio a mais, em um mundo onde todos são policiais de obras alheias, onde escritores não pode sentar-se e simplesmente escrever sem se preocupar com as bobagens que cagam a modernidade que insiste em fazer crer que um mundo onde há 7 bilhões de seres humanos, todos se odeiam, não existe amor...
Nesse mundo onde você não pode se expressar sem pensar em tenho que colocar isso, tenho que falar isso, tenho que isso aquilo, aquilo e aquilo, ao em vez de pensar apenas se esse texto está sendo sincero. É um mundo que vai gerar falsidade, é um mundo que vai gerar mentiras, é um mundo onde todos estão em multidão, mas ninguém se conhece.

Observação: E o pior se tu ousar criticar a arte do abnegados, que se colocam como heróis da justiça, você também não pode, é burro, não sabe entender, insensível e o diabo, logo estamos a construir um mundo onde será proibido sorrir para não ofender os que não tem dente, onde só alguma nova casta iluminada se acha no direito, por ter transcendido bem e mal, achado o super homem, ou o que diabo fresco for, poderá falar, o resto é apenas o atrasado que não consegue evoluir.

Vinicius Diniz Rosa 

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