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sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Diálogo de Gigantes

Diálogo de Gigantes
Vinicius Diniz Rosa
Ó ser imortal, por que inveja os mortais?
Ó ser imortal, por que deseja tanto morrer? 
Ó ser imortal, que sabe tanto, que viu muito
Por que choras sempre que vê a lua brilhar
O que lhe incomoda ser imortal?
Qual motivo de sua aflição ser imortal
Diga para esse ser pequeno e sem importância alguma
Perto de sua grandeza
Minha criança mortal, bela criatura inquietante
Primeiro a resposta é óbvia
Segundo meu pequenino ser mortal
O gigante aqui é você
Que de alguma forma poderá contemplar
Em primeira mão o mistério que me privaram
Pois nunca saberei se existe
Um mundo pela qual as almas de mortais como você
Vão para depois do descanso
Se se encontraram ou não
Com seus entes queridos
Com seus amigos e parentes
O que me incomoda e ver que irá morrer e eu não
O que me incomoda é que se existe um mundo de almas
Eu nunca poderei dançar com as almas dos que me foram caras
Minha saudade nunca poderá ser sanada
Nem mesmo aliviada
E quanto mais eu conheço
Mais adeus eu tenho de dizer
É isso que me faz querer chorar
Sei que é uma bobagem
Sei que é uma tolice
Sei que são palavras tolas
Para alguém que irá morrer e teme tal final
Ser imortal! Tolo sou eu, essa pequena criatura
Que não sabe aproveitar o tempo que ainda tem
De maneira a fazer sorrir aqueles que me querem bem
De maneira a se honesto e verdadeiro
A morte virá a mim e findará tudo
Mas não sei quantos arrependimentos terei
E nem sei quantos enganei e prejudiquei
Talvez até choraram a minha perda
Pequenino mortal se já sente isso agora
Ainda tem tempo para remediar o que for
Só basta ter a coragem necessária
E passar a ser
Os meus nunca retornaram
Os seus ainda podem perdoar a ti

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