Dançar
a dança do diabo
Vinicius Diniz Rosa
Ora, ora, ora, meus convidados
Vamos dançando a dança do diabo
Vamos caindo, vamos caindo
Afinal é bom se jogar nesse abismo
Tão sem fundo, tão sem fundo
A noite está bela, a lua no alto
E nós, ha, nós
Queremos construir uma escadaria
Sem nenhum alicerce
O senhor diabo está contente
Pois a cada tijolo suspenso é uma queda
Vamos dançando a dança do diabo
Vamos caindo, vamos caindo
Afinal, não tem coisa melhor
Que se jogar nesse abismo sem fundo
Para se chocar com o regresso e o chão
Afinal, nós esquecemos
Que quanto mais alto
Subirmos mais enxergamos
Olhar para o abismo e se jogar nele
É facilitar o caminho ao inferno
Pirar se tornou tão normal
Que é uma loucura tentar ser são
Mas vamos dançando, a dança do diabo
Nesse salão oval, cheio de mascarás
Artistas fazendo sua falsa arte
Vendendo lhes lições de vida
Ilusões ideológicas
Cobrando mais e mais
Para nada... Mas, vamos dançando
E não se esqueçam, se joguem no abismo
O vento na cara lhe distorcerá
E o chão duro do inferno será seu lar
Mas estará tudo verticalizado
De uma maneira sublime
Uma igualdade fantastica da neura
Da mera loucura
E o caos, há o caos
Esse alimenta a arte contemporânea
Matéria prima tem de ser gerada
E não, não interessa os resultados
De tal magia maldita
Os abastados sofredores
Estão com a verba publica no bolso
E se bobear até privada
Enquanto todos, ah todos, dançam a dança do diabo
Em queda, total e cega.
Nenhum comentário:
Postar um comentário