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sexta-feira, 4 de julho de 2014

Dançar a dança do diabo

Dançar a dança do diabo
Vinicius Diniz Rosa

Ora, ora, ora, meus convidados
Vamos dançando a dança do diabo
Vamos caindo, vamos caindo 
Afinal é bom se jogar nesse abismo 
Tão sem fundo, tão sem fundo
A noite está bela, a lua no alto 
E nós, ha, nós
Queremos construir uma escadaria 
Sem nenhum alicerce 
O senhor diabo está contente 
Pois a cada tijolo suspenso é uma queda 
Vamos dançando a dança do diabo 
Vamos caindo, vamos caindo 
Afinal, não tem coisa melhor 
Que se jogar nesse abismo sem fundo
Para se chocar com o regresso e o chão 
Afinal, nós esquecemos 
Que quanto mais alto 
Subirmos mais enxergamos
Olhar para o abismo e se jogar nele
É facilitar o caminho ao inferno
Pirar se tornou tão normal 
Que é uma loucura tentar ser são 
Mas vamos dançando, a dança do diabo 
Nesse salão oval, cheio de mascarás 
Artistas fazendo sua falsa arte 
Vendendo lhes lições de vida 
Ilusões ideológicas 
Cobrando mais e mais 
Para nada... Mas, vamos dançando
E não se esqueçam, se joguem no abismo
O vento na cara lhe distorcerá
E o chão duro do inferno será seu lar
Mas estará tudo verticalizado 
De uma maneira sublime 
Uma igualdade fantastica da neura 
Da mera loucura 
E o caos, há o caos
Esse alimenta a arte contemporânea
Matéria prima tem de ser gerada
E não, não interessa os resultados
De tal magia maldita 
Os abastados sofredores
Estão com a verba publica no bolso 
E se bobear até privada 
Enquanto todos, ah todos, dançam a dança do diabo
Em queda, total e cega.

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