Procurar pode, achar é outra história...

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Autoridade e educação

Autoridade e educação
G.K. Chesterton 

         Falamos por aí sobre uma educação livre, sem amarras de dogmas, ou regras já definidas pela a experiência acumulada de séculos, falamos por aí, sobre "salvarmos as crianças", mas como Chesterton diria, "como salvar as crianças sem nem ao menos nós salvamos", falamos por aí sobre a não existência de regras, mas é de fato, um fato impossível.  Um socialista tem uma regra, não seja capitalista, um anarquista uma outra regra não seja capitalista nem socialista, e todas as ideologias do mundo seguem com seus padrões dotados de regras e a liberdade total delas seria uma anulação da própria definição de progresso, pois um homem livre assim como diria Chesterton, é  "um homem livre do passado e do futuro", e um homem livre do passado não tem as roupas que foram lhes dadas de herança, e um homem livre do futuro, não tem objetivos que quer alcançar, é um homem solto na terra sem nenhum propósito para existir, pois é tão livre que não tem amor ao que quer que for, pois é uma falácia gritante esse negócio de amor livre, quem ama quer perto, proteger e ensinar, e quem quer ensinar e proteger, não liberta, mas lança seus dogmas sobre a pessoa, sejam eles dentro das regras do jogo democrático, ou não, a autoridade seja ela qual for sempre estará presente, e sempre existirá alguém na sociedade que não a aceite, que não é autoridade, e isso não tem fim, pois somos criadores, somos impulsivos e sonhadores, nós possuímos sempre uma grande idéia para o mundo e nunca vamos deixar de ter, pois somos criadores de dogmas, de coisas para se perseguir, sonhar, conquistar e almejar.
          Por isso, exatamente por isso, é impossível não ter autoridade na educação, pois educação é ensino, e ensino demanda algum tipo de dogma, algo a ser passado, para que se desenvolva algo é preciso de uma base, não construímos escadarias sem o solo, por isso o passado nunca será descartado de fato, e ele também nunca será descartado pois amamos e por amarmos temos lembranças, e por temos lembranças, não temos essa liberdade configurada pelos modernos, do tudo pode, e olhem que engraçado, vivemos na era do tudo pode, mas não podemos expressar nenhuma opinião que não faça parte da roda, pois somos humanos, e não somos livres de alguma regra, sociedade é regra e se queremos viver em sociedade, saberemos que há de haver regras, se não larguemos tudo, apaguemos nossas lembranças e vamos apenas transar e comer no meio do matagal, sem nenhum tipo de associação ou geração de laços, duvido que algum pai ou mãe consiga! Chega a ser cruel pensar, mas é o fato, nosso amor nós faz autoritários, dogmáticos, cheios de regras e sistemas, por isso a maioria dos discursos socialistas e comunistas, além de serem contra a religião, é contra o amor, e uma exaltação do ódio, por isso seu sistema levou muitos a morte e a miséria, pois é uma cruzada contra o maior laço humano da terra, contra a família, e nenhum pai ou mãe de fato, querem se separar de seus filhos.
        Assim, é exatamente por isso que hoje brincamos de sermos humanos, de ensinarmos, fingimos que damos aula, fingimos que aprendemos, fingimos que amamos, pois simplesmente não sabemos mais o que é valor, pois o relativizamos, em busca excessiva por igualdade e liberdade, o resultado é a picuinha por qualquer coisa, a miséria, a morte, o rancor, o ódio e o famoso bordão "Eu não entendo".

Texto de Vinicius Diniz Rosa

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