Procurar pode, achar é outra história...

segunda-feira, 24 de março de 2014

Devaneio estranho, e sua frustração lúcida

Devaneio estranho, e sua frustração lúcida
Vinicius Diniz Rosa

Quando criança tinha aquela tola imagem
De um bravo e retumbante herói 
Que virei na calada da noite
Salvar todos de suas misérias 
Eu rezava eu clamava 
eu olhava a janela 
Via na tv as promessas 
E nada... Sempre nada... 

Artistas brincando com minha mente 
Com suas cores alegres e lindas palavras 
Políticos com suas bandeiras vermelhas 
Entoadas em meu favor como diziam 
E nada... Sempre nada...
Era o que chegava a mim... 

Hoje cresci, entrei na faculdade 
Em um curso de teatro
Vejo na boca desses tolos 
As mesmas palavrinhas de fraco e oprimido 
E que lutam por todos, ah que lutam por todos
Lutam, hahahahhaha, lutam por suas conveniências
Estão mais preocupados se o governo 
Irá financiar a próxima patifaria antiocidental 
E para o pobres que sempre serviram de massa amórfica
Nada... Sempre nada... 

Fui ao meu primeiro festival de teatro 
Olhei aquele show de horrores 
Todos lá com suas lindas falas de oprimidos 
Ricos, sentados em poltronas acolchoadas de luxo 
Anarquistas abraçando comunistas 
Financiamento público para os oprimidos pelo sistema
Financiamento privada para os oprimidos pelos capitalistas 
Eu tenho nojo! Nojo! 
E só pensava eu quero por fogo nessa gente
Ver queimar no inferno essa gente
E seus ideais de mundo melhor 
Mas por minha falta de vergonha na cara 
Aplaudi o show, ora mais por que não aplaudirá
É um verdadeiro espetáculo de falsidade, mentiras 
E pura, pura conveniência vaidosa
Que eu quero por fogo, e mandar ao inferno 
Mas infelizmente, tenho o freio da cruz
Que me diz sempre, amei seu inimigo, como ama a ti mesmo
Amei seu inimigo como ama a ti mesmo 
Maldição de mandamento é isso que é esse mandamento
Uma maldição, que me deixa completamente culpado de ter ódio 
E que derruba minhas mãos e minha fala
Diabos...

Nenhum comentário:

Postar um comentário