Devaneio estranho, e sua frustração lúcida
Vinicius Diniz Rosa
Quando criança tinha aquela tola imagem
De um bravo e retumbante herói
Que virei na calada da noite
Salvar todos de suas misérias
Eu rezava eu clamava
eu olhava a janela
Via na tv as promessas
E nada... Sempre nada...
Artistas brincando com minha mente
Com suas cores alegres e lindas palavras
Políticos com suas bandeiras vermelhas
Entoadas em meu favor como diziam
E nada... Sempre nada...
Era o que chegava a mim...
Hoje cresci, entrei na faculdade
Em um curso de teatro
Vejo na boca desses tolos
As mesmas palavrinhas de fraco e oprimido
E que lutam por todos, ah que lutam por todos
Lutam, hahahahhaha, lutam por suas conveniências
Estão mais preocupados se o governo
Irá financiar a próxima patifaria antiocidental
E para o pobres que sempre serviram de massa amórfica
Nada... Sempre nada...
Fui ao meu primeiro festival de teatro
Olhei aquele show de horrores
Todos lá com suas lindas falas de oprimidos
Ricos, sentados em poltronas acolchoadas de luxo
Anarquistas abraçando comunistas
Financiamento público para os oprimidos pelo sistema
Financiamento privada para os oprimidos pelos capitalistas
Eu tenho nojo! Nojo!
E só pensava eu quero por fogo nessa gente
Ver queimar no inferno essa gente
E seus ideais de mundo melhor
Mas por minha falta de vergonha na cara
Aplaudi o show, ora mais por que não aplaudirá
É um verdadeiro espetáculo de falsidade, mentiras
E pura, pura conveniência vaidosa
Que eu quero por fogo, e mandar ao inferno
Mas infelizmente, tenho o freio da cruz
Que me diz sempre, amei seu inimigo, como ama a ti mesmo
Amei seu inimigo como ama a ti mesmo
Maldição de mandamento é isso que é esse mandamento
Uma maldição, que me deixa completamente culpado de ter ódio
E que derruba minhas mãos e minha fala
Diabos...
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