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quinta-feira, 3 de outubro de 2013

O passarinho de asas de ossos

O passarinho de asas de ossos
Vinicius Diniz Rosa

Era uma vez
Um passarinho
De asas de ossos
Que não podia voar
Ele não tinha graça
Era apenas um passarinho
De asas de ossos
Que não podia voar
E além das asas mal formadas
Sua cara era horrenda
Seu bico era torto
E seus olhos sem luz
Mas ele tinha a vontade
A vontade de voar e se mostrar
E sempre que aparecia alguém
Ele ficava bobo, ele sorria e cantava
Mas o tempo passava
E a solidão voltava e assim ele chorava
Mas quando aparecia alguém
Ele ria e cantava, seu peito inflava
O povo até o achava engraçadinho
Mas na loja em que vivia
Só seus irmãozinhos que nem cantavam
Eram os escolhidos e acolhidos
Ele não perdia a esperança
E continuava seu show
Para qualquer um que aparecesse
Em frente sua gaiola
O tempo passou
O passarinho morreu
Nunca deixou de cantar
Nunca deixo de sorrir
Simplesmente morreu
E no dia em que morreu
Desse dia em diante
A loja não recebeu um cliente se quer
Pois todos iam ali
Só para ver o passarinho de asas de ossos
Cantar e sorrir.

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