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quinta-feira, 31 de outubro de 2013

O cavaleiro Branco


O cavaleiro Branco
Vinicius Diniz Rosa

Os portões do inferno foram abertos
Lúcifer liberou seu mais belo soldado
E deu em suas mãos três materiais
Um livro vermelho, uma mascará e um arco
Além de dita-lo que deveria ser dotado
Do discurso das boas intenções

Lúcifer disse ao soldado:
- Enquanto Deus dorme
Encante-os com ideais para um futuro
Hipotético que nunca chegará.
O soldado consentiu e com ar orgulhoso
Dotado de vaidade suprema
Montou em seu cavalo Branco
E rumou para fazer cumprir sua missão

O soldado então chegando a terra
Ele viu um homem fraco
Sentado em uma soleira com vaidade
E dotado de certo orgulho
Mentiroso em potencial
E disse a esse homem:
 “Minta em prol da verdade!”
E o iluminou com os embustes
Que mais encantavam
Qualquer desesperado ou frustrado

O homem tolo e fraco, então registrou
As palavras do belo cavaleiro
E assim a cruzada do diabo começou
Para limpar o bem, para instaurar a inveja
Para acusar o bom por ser bom
Intrigas disfarçadas de sonhos iluminados
Com belos nomes, seguidos sempre
Do ideal de um futuro melhor
E cada seguidor de tal ideal
Brilhava nos olhos o fervor
E acusavam os que eram contra
De todo o mal da terra
Assim eles mesmos propagavam a morte
E toda a maldade que diziam condenar
Não ensinando mais ao povo
O valor do respeito
O valor do trabalho
O valor de viver
Esse presente tão válido
Que virou apenas cobaia

Ensinou ao o povo o quanto eram fracos e oprimidos
O povo então acreditava piamente nisso
E aplaudia o cavaleiro branco e seus propagadores
Sem nem mesmo imaginar, que a cada passo mais
A cada passada de tempo
Eles ficavam cada vez mais nivelados por baixo
Na lama, sem nada e desesperados
Mas por alguma razão o discurso do cavaleiro
Era tão bem formulado
Que não importava a situação
Mas valia ter a esperança no futuro hipotético e fatal
E assim seguiam culpando coisas impalpáveis
Como o “sistema”, sem nem mesmo se tocarem
Que eles mesmos eram causadores da própria derrota
E que a cova era a única resposta
Desse tal futuro melhor

Lúcifer então ria e ria, pois como foi fácil
E enquanto isso Deus se colocava a roncar
E o mundo ruía, e o mundo ruía
Dominado pela inveja
Dominado pelo rancor
Liderado por vaidosos, orgulhosos psicóticos
Que achavam-se juízes de tudo e de si mesmos
Simplesmente por se julgarem
Os criadores de um futuro melhor
Pena que essa geração futura
Única juíza desses embusteiros
Nunca irá nascer, pois o futuro de fato
É uma ilusão e não existe
Só existe como uma tragédia natural
Chamada morte!

O  coro do diabo é cantando
Pelos que dizem odiá-lo
Graças ao seu belo soldado
Dotado de lábia e carisma
Vindo no cavalo branco
E divulgando suas boas intenções
Para fracos de mente e de coragem
Que preferem dar sua alma ao diabo
Que viver tendo responsabilidades
Dos próprios atos
E assim o mundo segue ao seu destino
A natureza cumpri seu curso
E Lúcifer da sua luz
E lúcifer da sua luz
Cantando “vá, cavaleiro branco!”

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