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sexta-feira, 13 de setembro de 2013

O agente funerário e seu sonho

O agente funerário e seu sonho
 Vinicius Diniz Rosa

Imagem de Vinicius Diniz Rosa

 Era uma vez uma criança estranha
 Que só sabia falar de morte e tragédia
 Ela tinha um sonho igualmente estranho
 Ela queria se tornar um agente funerário
 Pois sua simples inocência dizia
 Que produzir caixões e vende-los
 Era dar aos entes queridos de alguém
 Uma bela despedida com amor
 Que não fosse apenas jogar na vala e acabou
 Porém o tempo passou
 A criança conseguiu, realizou-se
 Hoje ela é um belo agente funerário 
 Mas completamente infeliz
 Pois está cansado de ver
 Lágrimas falsas, manchando seus caixões
 Feitos para serem uma bela homenagem
 E não uma forma de se aparecerem
 Os bons e humildes da rodada
 O agente funerário só queria
 Ver nos olhos de seus clientes
 Um sentimento que fosse de verdade
 Mas só pareciam esbanjadores
 Tão falsos, tão vazios quanto o cadáver
 Que estava sendo arrumado
 Para sua última festa imaculada
 Por aqueles que se diziam bons
 O agente funerário só queria
 Que seus caixões fossem uma forma
 Uma bela forma de homenagear
 Aqueles que diziam amar
 E não só mais uma obrigação
 Mas ele percebeu, que de alguma forma
 Esse seu sonho, era impossível
 Mas nunca deixou de fazer seus caixões
 Os mais belos da cidade
 Com todo o amor que lhe cabia
 Mesmo recebendo críticas
 E sendo xingado
 Insultado, visto como aproveitador...

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