Alguém, ainda existe, alguém?

Alguém, ainda existe, alguém?
Vinicius Diniz Rosa

O tempo passando, e nada segurá
O tempo passando, e eu aqui, sentado
Olhando em volta, observando
Todo esse caos, lembrando
De um passado, tão distante e tão perto
Sim, é loucura, é loucura
Mas aqui estou, sentado
No centro de minha praça
Olhando em volta, e não vendo nada
E não vendo nada, além de mascarás
Além de mascarás, só mascarás
Procurando um individuo que sejas
Para conversar, mas só vendo o sorriso
Tão falso e vazio, e enquanto isso
Bom, o tempo passa, o tempo vai
E nada mais acontece
E nada mais aparece
E nada mais é feito
Nem por si mesmo
Nem por todos
Pois é tudo um jogo de luzes
Apenas uma grande e barata encenação
Onde todos estão igualmente trajados
Sem me revelar nada, nada
Até um cemitério tem mais histórias
Todos tão engajados e bons
Mas tão vazios e sem nada
Apenas com a repetição
Parece que pararam no tempo
E nada mais conseguem ver
As brigas são as mesmas de muitos anos
As discussões embargaram
E ninguém mais tem uma opinião
E se tiver, por favor, sente aqui
Comigo, nessa praça e tire a mascará
E me conte sua história
E me conte seus desejos
E me conte seus sonhos e pesadelos
Me mostre que ainda é "Um" e único
Se ainda existe, alguém, que seja alguém!