Procurar pode, achar é outra história...

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

A carta



Para lerem esse conto, aconselho lerem escutando essa música.
 História de Vinicius Diniz Rosa© -  A carta 

   Sou Valéria Dennis da Silva, uma mãe, uma mãe que se sente sozinha, triste e acabada, já me sentia assim antes da carta, mas agora me sinto muito pior, certo dia, estava no trabalho, meu filho, já maior de idade, ficava sozinho em casa, ele não me parecia infeliz e perturbado, sempre tinha um sorriso, fazia piadas, era um excelente ser humano, amigo, dizia não amar, mais amava mais do que o normal, se apegava mesmo. AH... AH... HUM... Calma senhores eu irei continuar a história...
    Nesse certo dia, entrei no quarto de meu filho, como todos os dias, achei que ele estaria lá, sentado, lendo, estudando, assistindo ou escutando música, mas ele, meus senhores não estava fazendo isso, estava sentado como de costume, com a cabeça reclinada, olhando para cima, eu o chamei, ele não respondeu, quando fui me aproximar, vejo no chão, perto da aonde estava sentado uma carta! Uma carta.
    Calma! Senhores! Eu vou dizer o que tinha na carta, mas será que não podem esperar, deixe eu respirar, ah! É difícil, doe, pois... Bom, na carta estava escrito:
    "Querida mamãe,
      Peço perdão por tudo, mas é que tenho um segredo, que não aguento mais segurar, uma paixão muito forte tomou conta de meu coração, mas eu não posso amar, não posso, não essa pessoa, não essa pessoa! Então mamãe, por não mais suportar, por sentir saudade, por ser um fraco, dentro de uma poderosa carcaça bruta, e não querer perder essa imagem, como sou tolo, como sou idiota, um burro cheio de conteúdo! Eu peguei na cozinha, uma faca, coloquei uma música, e com a faca na mão, por muito tempo, fiquei pensando, e pensando, se tomaria coragem e declarava ao mundo, tudo o que tem aqui dentro dessa carcaça, mas pensei, não! Não! Não posso, eu perderia tudo, até a amizade dessa pessoa, então não, prefiro morrer, prefiro morrer, tendo essas lembranças boas! Do que correr o risco de perde-las! Pois eu não suporto perder eu sou infantil de mais, mamãe! Me perdoe! Mas eu corto meus pulsos, eu estraçalho meu corpo! Pois eu não aguento mais, ter de ver o tempo passar, e não poder segurar! Me perdoe! Me perdoe!
     Eu te amo mamãe, mas eu não aguento mais, ter de sair na rua, ter de olhar as pessoas, e não ter aqui do meu lado, a pessoa que gosto, me abraçando!
    Então eu prefiro morrer, e manter tudo como está! Pois se houver um outro mundo, se houver um outro mundo, um mundo espiritual, ou escambau! Eu vou, nele, ter as minhas melhores lembranças para sempre!
    Com amor, Jacob, adeus..."
    Eu gritei! Senhores! Eu gritei, eu sacudi aquele corpo, vi o sangue no chão! E pensei, como eu, como eu, como mãe, não percebi isso! AHHHHHHH! Eu não percebi! Eu não percebi nada! Nada! Como?! Me prendam! Pois eu sou culpada!
    Não iram me prender! Então receberam uma carta...  Receberam uma carta! HAHAHAHAHAH! Receberam uma carta!
    Uma maldita CARTA!

 Fim

 História de Vinicius Diniz Rosa© -  A carta 

Nenhum comentário:

Postar um comentário